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Foto do escritorDenise Personal Kids

Bons hábitos para um sono mais tranquilo

Denise Schmitt Garcia

 

Normalmente, com 2 e 3 anos as crianças já estão desmamadas, começam a ganhar irmãos mais novos, às vezes trocam de quarto, saem das fraldas e com isso, é comum que problemas de rotina relacionados à qualidade do sono comecem a aparecer.


Especialistas recomendam que, nesta idade, os pequenos precisam em média de 11 horas de sono à noite, e mais uma soneca durante o dia, que dure entre uma hora e meia e duas horas. Que a criança vá para a cama em algum horário entre 19h00 e 21h00, o que deve fazer com que ela acorde entre 6h30 e 8h00 na manhã seguinte.


Este seria o cenário ideal, mas sabemos que em alguns casos, o período de sono é bastante tumultuado a noite, causando transtornos para a criança e para toda a sua família. Para esses casos, é possível investir em algumas mudanças comportamentais que podem contribuir para que a criança durma mais e melhor, ajudando pais e mães e terem noites mais tranquilas.


A primeira coisa que devemos considerar é que, diferente dos adultos, o sono das crianças permanece por mais tempo na fase em que é mais leve, pelo menos até os 4 anos. Por isso, elas acordam mesmo mais vezes do que nós adultos durante a noite.


Sendo assim, é importante que ela aprenda a adormecer sozinha, sem a nossa ajuda, porque, caso contrário, chamará pelos pais todas as vezes que despertar no meio da noite. Aí o caos costuma se instaurar dentro de casa!


Como ajudar seu filho a aprender a dormir sozinho


Nos primeiros meses da vida, a criança chora e é sempre atendida por alguém, seja para mamar, trocar a fralda ou somente pelo desejo de aconchego. De qualquer forma, ela vai para o colo e tem a sua necessidade saciada.


Quando o bebê cresce, esse aprendizado: choro – necessidade – acolhimento – saciedade já foi incorporado pela criança. Afinal, foi essa a mensagem que lhe foi passada até aquele momento da vida, tanto durante o dia quanto durante a noite.


É preciso então ensiná-lo, aos poucos que, agora que ele não é mais um bebê, vocês poderão experimentar novas formas de relação e algumas estratégias podem garantir uma noite de sono segura e tranquila para todos da família.


Converse muito e seja persistente.


Converse muito com seu filho sobre esta nova fase, use exemplos de irmão mais velhos, amigos e mostre que cada um deles tem o seu espaço garantido e, consequentemente a cama também. Envolva a criança na compra de novos lençóis, colchas, brinquedos e naninhas para que o ambiente esteja atrativo e seguro.

Deixe que ela escolha o que fará parte de sua cama durante a noite, mesmo que seja um carrinho ou até uma peça de roupa sua.


Elogie a cama, o quarto, a arrumação que ela fez e diga que ela terá muitos sonhos bons em um lugar tão especial. Toda essa conversa e preparação deve acontecer durante o dia, para que a criança vá processando a ideia de dormir sozinha. Lembre que esse é um novo desafio para ela e sua aprovação e elogio são estímulos positivos importantes para que ela continue se mantendo firme nessa intenção.


O ritual da hora de dormir pode variar bastante entre as famílias. Ler uma estória, rezar, contar algo sobre o dia ou planos para o dia seguinte costumam fazer parte deste momento. Não gosto muito da ideia de assistir TV ou algo do tipo no Ipad, pois as luzes costumam estimular ainda mais os pequenos, quando queremos exatamente o contrário.


Depois que o ritual de dormir acabar, você precisa diminuir a conversa e caso a criança se levante, diga de forma calma, mas firme, que é hora de dormir e a leve de volta para cama. Não sofra junto com ela! Você está ensinando a dormir sozinha e ressignificando o esquema aprendido desde o momento em que ela era um bebê, lembra?!


Se preciso for, abra a janela, mostre que está escuro e que todos estão dormindo. Diga que todo mundo tem o seu próprio lugar e que com ela não será diferente. Deixe-a novamente na cama e volte para a sua.


Faça isso inúmeras vezes se preciso!


Antecipe os pedidos e os inclua na rotina da hora de dormir


É bem possível que as crianças comecem a “enrolar” os pais na hora de ir para a cama pedindo: "só mais uma história", "só mais uma música", "só mais um beijo"... Tente se antecipar e imaginar o que seu filho vai pedir, e inclua os pedidos na rotina que vocês seguem todo dia. Você pode até permitir que seu filho faça um pedido extra, mas só um


Prometa um beijo a mais dali a alguns minutos


Na hora de sair do quarto, você pode prometer que vai voltar dali a alguns minutos para dar um último beijo. Há muitas chances de seu filho já estar embalado no sono quando você voltar. De qualquer forma, cumpra o prometido e dê o beijo mesmo que ele esteja dormindo.




O que pode dar errado na hora de dormir


Algumas novidades desta fase podem atrapalhar o sono das crianças. Nesta fase, começam a surgir os medos: do escuro, de monstros, de perder você. A criança já pode ter pesadelos. Caso isso aconteça, vá acalmá-la na hora, mas na cama dela e não na sua. Se ela acordar gritando, mas você não conseguir tranquilizá-la de jeito algum, pegue no colo e acolha, mas recoloque-a na cama dela novamente.


Muitos pais, por cansaço ou instinto, acabam levando a criança para a própria cama em casos de stress noturno. Essa atitude, além de não resolver o problema irá criar outro inconveniente quando a criança se acostumar a permanecer na cama dos pais em momentos de insegurança. Portanto, procure SEMPRE resolver os problemas noturnos no próprio quarto e na cama da criança. A verdade é, não há certo e errado nesse assunto de sono. Cada família é de um jeito, por isso, é preciso rever a conduta caso a caso. 


Há diversas "teses" de como ensinar a criança a dormir. A maioria delas baseia-se no mesmo princípio: ser firme e seguir sempre a mesma rotina, para que os pequenos saibam o que esperar e se preparem para dormir. A vantagem desta idade é que já é possível conversar antes com a criança. Você pode antecipar medos, transmitir segurança, dizer que está no quarto ao lado, dar algum boneco ou bichinho de brinquedo, que lhe faça companhia e a proteja de eventuais medos. 


A maioria dos especialistas sugere que é melhor se a criança não precisar de "ajuda", como música ou alimentação, para adormecer. Caso contrário, ela vai necessitar das mesmas coisas para pegar de novo no sono caso acorde no meio da noite. A transição do berço para uma cama também pode ajudar no processo: talvez seu filho fique orgulhoso de ter uma cama nova e se conforme mais em ficar nela.


Boa parte das técnicas ensina a colocar sempre a criança de volta na cama, sem conversar muito. Repita que é hora de dormir, leve-a de volta para a cama e saia do quarto. Se seu filho só dorme se você estiver junto, você pode ir aumentando a distância um pouquinho por dia, até chegar à porta de seu quarto.


Costumo fazer um jogo com as famílias para que o percurso do quarto do filho até o quarto da mãe seja um desafio. Você pode começar a sair do quarto por alguns minutos, alegando alguma obrigação, mas volte sempre que for solicitada, porém em tempos maiores e mais espaçados.


Alguns autores recomendam que se volte ao quarto do filho periodicamente para verificar se está tudo bem. Já outros pais acham que, voltando ao quarto, a situação só piora, e que é melhor deixar chorar por um tempo maior, até a criança adormecer. Por isso, sempre digo que cada caso é um caso! Cada pai experimenta uma situação que esteja de acordo com o ritmo de sua casa.


Saber adormecer por conta própria é uma conquista que só vai facilitar a vida do seu filho e a sua. A ansiedade da separação prolongada e o desejo de tomar as próprias decisões também aparecem em cena e a criança pode resistir a ir para a cama.  Você pode deixá-la fazer algumas escolhas mais básicas, como "este ou aquele pijama" ou “a história a ser contada”. Também ajuda, em alguns casos, ter uma luzinha

noturna bem leve no quarto. 


Particularmente não gosto muito da técnica do "deixar chorar", muito menos sair e fechar a porta do quarto. Acredito no acolhimento, na conversa, na firmeza e determinação. Para dar certo, a criança precisa se sentir segura, precisa entender que, por mais que ela grite, chore, faça cocô ou até vomite, ainda assim será hora de dormir.

Com carinho e determinação, ela aprenderá que vai ter que voltar para a sua própria

cama em algum momento. Se vomitar ou fizer cocô, troque a fralda, limpe tudo, dê banho, se necessário, mas sem conversar muito e sempre deixando claro que depois ela vai direto para a cama.


Esse processo pode ser longo, um ou dois meses, mas é necessário. Para todo novo aprendizado é preciso tempo e paciência. Ensinar a dormir é o começo da libertação de pais e filhos para terem noites tranquilas.

Com calma e muita consistência, os pais acabam mostrando para os filhos que não vão desistir e que é mesmo a hora de dormir. Quando a criança percebe isso, os pesadelos e as noites em claro dão espaço à calmaria!

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